O Natal – Origens

Estamos a 10 de Outubro, estou sentada no sofá a pensar no Natal que se aproxima e em todo o fernezim associado ás prendas.

Tenho pena de não ter recordações do meu Natal em criança, provalvelmente não havia nada de bom para recordar e apaguei-o da minha memória.

Mas lembro-me que era feliz nos Natais passados entre amigas e companheiras de quarto. Tinha eu os meus 13 anos.

Havia sempre quem tivesse família com quem passar o Natal, mas eu e mais meia dúzia de meninas, passávamos com quem nos educava, com quem nos preparava para o futuro.

Recordo-me desses momentos com alegria, mas também com alguma dor.

Depois do bacalhau cozido com batatas, que se comia no jantar do dia 24 de Dezembro, íamos à Missa do Galo. Era o momento mais alto para mim. Era o momento em que falava com Deus e perguntava porquê? Porquê eu? Falava intensamente com Ele. As lágrimas começavam a correr pelo meu rosto e eu depressa as limpava para que ninguém as visse.

Depois voltávamos ao lar para abrir as prendas.
Uma camisolaaa. Uau! Um sabonete. Boa!

À noite deitada na cama, punha-me a imaginar como seria o Natal com “a Família“. Será que era como via nos filmes? Pensava eu.
Esta incógnita durou muitos anos até ao dia que conheci “a Família“.

Agora, passados tantos anos, já tenho a minha própria família e penso e pergunto-me, porquê? Porquê tanta preocupação, tanto tempo passado nas compras à procura da prenda certa? Do brinquedo ideal.

Então e aonde fica o verdadeiro sentido do Natal? Perde-se entre tantos embrulhos? Será que os meus filhos gostarão tanto no Natal se não tiverem tantas prendas?

Que valores passamos aos nossos filhos?

Será que me esqueci de onde vim? Do que tinha e do que não tinha?

E, que mesmo assim, conseguia ser feliz.

Deixe um comentário